segunda-feira, 21 de maio de 2012

O outro lado da Economia Verde



   O tema central que permeia os debates da Conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável 'Rio+20' foca-se na chamada ECONOMIA VERDE, classificada por algumas organizações como falsas soluções. Deste modo, fica a pergunta: O que está por trás desta 'economia verde'???
   A Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental, é um evento organizado pela sociedade civil global que acontecerá entre os dias 15 e 23 de junho no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro – paralelamente à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD), a Rio+20.
   O fato é que, no domingo do dia 13 de Maio, as lideranças da Cúpula dos Povos divulgaram um documento de três páginas condenando os conceitos de Economia Verde, conceito esse defendido por integrantes de governos que participarão da Rio+20. De acordo com o site oficial da Cúpula dos Povos, a economia verde é insatisfatória para lidar com a crise do planeta, causados pelos modelos de produção e consumo capitalistas. Os organizadores elaboraram o texto durante encontro internacional no Rio e divulgaram o conteúdo em coletiva de imprensa. A mexicana Silvia Ribeiro, diretora da organização ETC, dedicada a temas agroalimentares, disse que a economia verde é um nome enganoso. "Muitos crêem que é algo positivo, mas é um disfarce para mais negócios e mais exploração dos ecossistemas. O outro aspecto é que eles querem se apropriar da natureza usando tecnologias perigosas, como os transgênicos e a biologia sintética. É uma solução falsa dizer que vai se resolver tudo com tecnologia, em vez de se ir às causas para baixar as emissões do efeito estufa, os padrões de produção e o consumo", criticou Silvia.
   Desta forma, de acordo com as críticas levantadas, sugere-se que o meio ambiente se tornará um instrumento para o acúmulo de capital das grandes nações capitalistas. A economia verde, da maneira em que está sendo colocada, não muda o padrão de produção e consumo da população. Pelo contrário, a Economia Verde seria a ponta de lança de um novo ciclo do capitalismo, na medida em que transformaria bens comuns (como a água, a atmosfera, as florestas, oceanos e mesmo os seres vivos) em mercadorias propícias à apropriação privada, acumulação e especulação. Numa perspectiva menos radical, mas ainda estrutural, questiona-se que a Economia Verde, conduzida pela lógica de mercado, tenderia a abrigar predominantemente medidas superficiais, de pouca relevância porém mais atrativas no curto prazo, gerando apenas uma ilusão de avanço rumo à sustentabilidade. Por essas mesmas razões, tenderia a favorecer os mais ricos e a impedir que soluções realmente transformadoras emergissem, mantendo as causas estruturais das desigualdades sociais e econômicas.
   Enfim, como qualquer outro tema polêmico, há os prós e contras. A economia verde também é considerada pelos mais otimistas como um instrumento de mudança, no qual, mesmo com as pesadas críticas, continua tendo sua importância no cenário global.
   Com toda essa discussão em torno da economia verde, é impossível colocá-la no pedestal e dizer que é a solução para todos os problemas socioambientais do mundo. Como disse Carlos Minc em um de seus artigos, “Elegê-la (economia verde) como grande vilã é um equívoco. considerá-la a salvação do planeta, outro.”

por Thami Izumi da Cruz

Leia as notícias na íntegra:

http://noticias.terra.com.br/ciencia/rio20/noticias/0,,OI5771539-EI19851,00- Cupula+dos+Povos+rejeita+conceito+de+economia+verde+da+Rio.html
http://www.radarrio20.org.br/index.php?r=site/view&id=234640
http://www.radarrio20.org.br/index.php?r=conteudo/view&id=12&idmenu=20


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