O tema central que permeia os
debates da Conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável 'Rio+20'
foca-se na chamada ECONOMIA VERDE, classificada por algumas organizações como
falsas soluções. Deste modo, fica a pergunta: O que está por trás desta
'economia verde'???
A Cúpula dos Povos na Rio+20 por
Justiça Social e Ambiental, é um evento organizado pela sociedade civil global
que acontecerá entre os dias 15 e 23 de junho no Aterro do Flamengo, no Rio de
Janeiro – paralelamente à Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável (UNCSD), a Rio+20.
O fato é que, no domingo do dia
13 de Maio, as lideranças da Cúpula dos Povos divulgaram um documento de três
páginas condenando os conceitos de Economia Verde, conceito esse defendido por
integrantes de governos que participarão da Rio+20. De acordo com o site
oficial da Cúpula dos Povos, a economia verde é insatisfatória para lidar com a
crise do planeta, causados pelos modelos de produção e consumo capitalistas. Os
organizadores elaboraram o texto durante encontro internacional no Rio e
divulgaram o conteúdo em coletiva de imprensa. A mexicana Silvia Ribeiro,
diretora da organização ETC, dedicada a temas agroalimentares, disse que a economia verde é um nome enganoso. "Muitos crêem que é algo positivo, mas é um disfarce para mais negócios
e mais exploração dos ecossistemas. O outro aspecto é que eles querem se
apropriar da natureza usando tecnologias perigosas, como os transgênicos e a
biologia sintética. É uma solução falsa dizer que vai se resolver tudo com
tecnologia, em vez de se ir às causas para baixar as emissões do efeito estufa,
os padrões de produção e o consumo", criticou Silvia.
Desta forma, de acordo com as
críticas levantadas, sugere-se que o meio ambiente se tornará um instrumento
para o acúmulo de capital das grandes nações capitalistas. A economia verde, da
maneira em que está sendo colocada, não muda o padrão de produção e consumo da
população. Pelo contrário, a Economia Verde seria a ponta de lança de um novo
ciclo do capitalismo, na medida em que transformaria bens comuns (como a água,
a atmosfera, as florestas, oceanos e mesmo os seres vivos) em mercadorias
propícias à apropriação privada, acumulação e especulação. Numa perspectiva
menos radical, mas ainda estrutural, questiona-se que a Economia Verde,
conduzida pela lógica de mercado, tenderia a abrigar predominantemente medidas
superficiais, de pouca relevância porém mais atrativas no curto prazo, gerando
apenas uma ilusão de avanço rumo à sustentabilidade. Por essas mesmas razões,
tenderia a favorecer os mais ricos e a impedir que soluções realmente
transformadoras emergissem, mantendo as causas estruturais das desigualdades
sociais e econômicas.
Enfim, como qualquer outro tema
polêmico, há os prós e contras. A economia verde também é considerada pelos
mais otimistas como um instrumento de mudança, no qual, mesmo com as pesadas
críticas, continua tendo sua importância no cenário global.
Com toda essa discussão em torno
da economia verde, é impossível colocá-la no pedestal e dizer que é a solução
para todos os problemas socioambientais do mundo. Como disse Carlos Minc em um
de seus artigos, “Elegê-la (economia verde) como grande vilã é um equívoco. considerá-la
a salvação do planeta, outro.”
Leia as notícias na íntegra:
http://noticias.terra.com.br/ciencia/rio20/noticias/0,,OI5771539-EI19851,00-
Cupula+dos+Povos+rejeita+conceito+de+economia+verde+da+Rio.html
http://www.radarrio20.org.br/index.php?r=site/view&id=234640
http://www.radarrio20.org.br/index.php?r=conteudo/view&id=12&idmenu=20
http://www.radarrio20.org.br/index.php?r=site/view&id=234640
http://www.radarrio20.org.br/index.php?r=conteudo/view&id=12&idmenu=20
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