Capitalismo Verde

Um dos principais temas que foi abordado na conferencia da Rio+20 era sobre a economia verde. Este termo, faz com que muitas pessoas tenham a imagem errada do que seria esta economia. Para quem não conhece, é normal achar que se refere à produção de meios de consumo sem que haja poluição ou algum prejuízo ao meio ambiente. Porém, na forma como é proposta pela ONU “[a economia verde] é fundamentalmente baseada na financeirização e na mercantilização dos bens comuns”, afirmou Larissa Packer, assessora jurídica da Terra de Direitos, durante a mesa “Diálogo sobre Economia Verde” na Cúpula dos Povos, quando representou as organizações reunidas na Carta de Belém.Ou seja, a economia verde discutida na Rio+20 tem como objetivo inserir o meio ambiente como uma mercadoria negociável, adaptando no sistema capitalista. A principal discussão na conferencia seria como transformar bens da natureza, como a água, a biodiversidade e os oceanos, em bens de mercado, quando eles deveriam ser considerados bens comuns, e não com a possibilidade de ser privatizados. 

 O meio ambiente já está tão impregnado no capitalismo que, atualmente, existe uma bolsa de valores no Rio de Janeiro, chamada Bolsa Verde do Rio de Janeiro (http://www.bvrio.org/site/), em que se é possível negociar Ativos Ambientais. No site, é possível encontrar mercado de carbono, florestal, logística reversa e efluentes. Ou seja, a empresa ou indivíduo que tivesse crédito em algum desses ativos poderia vender, por meio de títulos, para outros que por legislação, obrigatoriamente, deveriam ter.Uma discussão proveniente deste ato é que a economia verde estaria indiretamente interligada a economia marrom pois, por exemplo, ao desmatar parte da floresta legal que o proprietário rural deveria manter de sua propriedade, faz com que ocorra a valorização do titulo financeiro sobre uma floresta legal intacta, na bolsa verde. Além disso, há quem diga que com mercantilização desse credito, quem tem o maior poder econômico seria o mais beneficiado pois, poderia continuar poluindo com a justificativa de ter comprado créditos.

Para maior conhecimento desde assunto assista o vídeo de Larissa Packer, assessora jurídica da Terra de Direitos.

por Caroline Furlan

Cúpula dos Povos, a verdadeira RIO+20

“A Cúpula dos Povos realizou o que propôs: ser um contraponto à Rio+20 oficial”, afirmou Darci Frigo, membro do Comitê Facilitador da Sociedade Civil Brasileira para a Rio+20, em coletiva de imprensa realizada após a Assembleia. “Nós nos recusamos a estabelecer um diálogo com a ONU porque sabíamos que a negociação do documento final não avançaria”, explicou.

Enquanto presenciamos o impasse no documento da Conferência também fomos agraciados com a pluralidade da Cúpula, onde pessoas se encontravam para debater e agregar conhecimento e valores, mostrando que a população não está alienada e busca um mundo melhor.

(Foto: Thiago Nascimento)
Bandeirão dos coletivos de São Paulo

Dentre os encontros, posso citar a união de São Paulo e Santa Catarina por meio de representantes dos Coletivo N.A.S.A., Salve Barroca, Casa Amarela, Coligação ZEM, Ativismo ABC, FBOMS, Cúpula Peixeira,  e outros que não recordo o nome  e alunos da UFABC e UNIVALI, a fim de compartilhar experiências e firmar parcerias. Tais movimentos sociais desenvolvem trabalhos como:

- Criação do ECO Parque – Salve Barroca, na divisa entre Santo André e São Caetano do Sul, SP.

- MOTIRÔ EM MOVIMENTO: Ação Cultural Colaborativa, com periodicidade quinzenal e a princípio no Tupinikim Bar em Santo André. Situado à Rua das Monções, 585. Conta com atrações musicais, exposição de produtores locais, Graffiti Ao VIVO, empréstimo de livros e aberto a todo tipo de intervenção artística, social, ambiental de iniciativa autoral, estimulados à contribuição artística e troca de conhecimentos. Na Terça em Movimento foi criada a Galeria de Arte do Tupinikim que se renovará mensalmente.  (Coletivo N.A.S.A.)
- QUARTA EM MOVIE: Exibição de Filmes de produção independente com temas cotidianos. Acontece em quartas quinzenais e também abre espaço à debates e apresentação dos trabalhos coletivos. Nesse projeto já foi apresentado o documentário, produzido pela UFABC, “Neblina sobre Trilhos” . (Coletivo N.A.S.A.)
- ART´INERANTE: Oficinas e Workshops que irão rodar a cidade do centro à periferia. Onde houver espaço, haverão arte-educadores comprometidos em passar seus conhecimentos a qualquer cidadão (formado ou em formação) no que se refere as artes, tanto música, como pintura ou até mesmo sobre desenvolvimento sustentável. (Coletivo N.A.S.A.)
- Culinária direcionada à alimentação vegetariana em um ambiente que contracena com a cultura. Um espaço colaborativo, que conta com biblioteca, brechó e exposições de artes.  Essa proposta inovadora tem como foco despertar nas pessoas o prazer da alimentação saudável, de compartilhar uma refeição entre amigos e promover encontros, interação, conhecer culturas e trocar informações em um ambiente familiar, sempre ao som de boa música. (Casa Amarela)

Enfim, são muitas as colaborações "Em prol da vida". A sociedade precisa seguir tais exemplos e organizar-se para desorganizar esse sistema corrupto e egoísta que nos passa a perna dia após dia.

Para finalizar, gostaria de deixar a música Hágua do Seu Jorge (que faz parte do setlist da Coligação ZEM, sendo apenas mais uma de suas mensagens pró meio-ambiente).

por Juliane Galindo

Fim da RIO+20 : Será que teremos que esperar até a RIO+40?

Bom, pelo que tudo indica, aquilo que todos (ou pelo menos, todos que se preocupam com um futuro melhor) temiam, aconteceu: a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável tem fim hoje (15 h) sem definições claras sobre responsabilidades específicas para cada país e muito menos datas a serem cumpridas, apesar das suas 49 páginas que compõem o documento síntese da conferência, denominado “O Futuro que queremos”.

O futuro que queremos? Qual é o sujeito dessa frase? Pois não parece que o texto descreve aquilo que a população quer e sim o que uma minoria que está no comando dos países mais influentes deseja.  

Apesar das várias manifestações feitas tanto no Rio de Janeiro, sede da Conferência, como ao redor do mundo, contra esse documento final, as autoridades brasileiras defendem a ideia de que o balanço da RIO+20 foi positivo . Segundo o embaixador André Corrêa do Lago, “o principal saldo foi fazer com que o desenvolvimento sustentável se transforme em paradigma em todos seus aspectos – social, ambiental e econômico” (Fonte: band.com.br).

Segundo o pai dos burros, pa.ra.dig.ma significa: modelo, padrão. Como os governos do mundo todo pretendem que o desenvolvimento sustentável torne-se um paradigma sem que haja metas nem ações claras a serem cumpridas para que esse objetivo seja concretizado?  

Espero que tudo aquilo que foi discutido e apresentado na Cúpula dos Povos (infelizmente realizada como evento não-oficial) tenha sido levado em consideração na hora da elaboração do documento oficial “O Futuro que nós queremos”, porque o que foi discutido na cúpula é o verdadeiro futuro que nós, povos de todas as nações queremos, e não a vontade dos governantes camuflados de “nós”.

Agora o que nos resta é esperar para sabermos o que realmente está contido no documento oficial, nessas 49 páginas. Assim que o documento oficial for disponibilizado (se é que isso ocorrerá) o colocaremos aqui no blog. Por enquanto, deixo aqui para vocês o discurso da neozelandesa Brittany Trilford, 17 anos, que assim como Severn Suzuzi  fez na Eco92, faz um apelo aos governos para que tomem decisões concretas e sabias. O vídeo está em inglês, ainda não achei nenhum vídeo com a tradução, por isso peço desculpas, mas é possível colocar legendas em inglês, talvez isso ajude.

 A jovem Brittany Trilford elaborou um belo discurso com algumas frases memoráveis:

"Meu nome é Brittany Trilford, tenho 17 anos e sou uma criança. Hoje, nesse momento, sou todas as crianças, uma das 3 bilhões do planeta"

"A próxima geração pede mudança, ação, para que possamos ter um futuro. Confiamos em vocês"

“Vieram para salvar sua imagem ou nos salvar?”

"Vocês têm 72 horas para decidir o destino de nossas crianças, dos meus filhos, dos filhos dos meus filhos. O cronômetro está contando, tic, tac, tic, tac"

Por: Raiza Risso Dainese

UFABC+20 no Rio+20

Oi Gente!
Bom, estou aqui para relatar um pouco de nossa viagem ao Rio de Janeiro no período do dia 15/06 a 18/06. Neste período, fomos visitar o Parque dos Atletas, Arena da Barra e a tão famosa Cúpula dos Povos.

O grupo UFABC+20 acabou se separando para que a cobertura do evento fosse melhor feita. Desta forma,  logo mais, traremos relatos de cada um dos integrantes do grupo para mostrar suas experiências deste evento muito significativo.
Vou tentar relatar o que eu vi em cada local que visitamos:

Parque dos Atletas: O local estava muito bonito e com uma quantidade muito grande de informações. O espaço contava com cerca de dois auditórios e inúmeros stands no qual, alguns me surpreenderam bastante. Um dos que mais me chamou atenção foi a usina de produção de madeira plástica no stand da Braskem. A iniciativa é uma parceria da Braskem e da empresa de engenharia ambiental Cetrel que tem por objetivo mostrar novas aplicabilidades do plástico, criando um novo ciclo de consumo. Ao lado, um dos usos da madeira plástica.

O ônibus híbrido a hidrogênio com tração elétrica também foi interessante. Ele possui emissão zero de poluentes, silencioso, possui autonomia de 500 Km. A Rio+20 foi o momento ideal para que a Coppe/UFRJ lançasse a segunda versão de seu ônibus. A Coppe desenvolveu a parceria com a empresa privada TracelApesar de estar pronto para ir paras ruas, o ônibus ainda precisa de investidores para começar a circular.

Muitas outras empresas estavam presentes (Coca-Cola, Google, ...) trazendo novas idéias sustentáveis que possam ser utilizadas em nosso dia-a-dia.

- Arena da Barra: A Arena HSBC, no momento em que estávamos lá, se encontrava um pouco vazia. O local abrigou palestras, seminários e outras atividades da sociedade civil.

- Cúpula dos Povos: Este, para mim, foi o evento mais marcante da Rio+20. Apesar da desorganização e dos atrasos nas programações, o evento estava muito cheio e com uma diversidade de povos, culturas e pessoas que impressionaria qualquer um. A comunidade indígena estava em peso no evento que contou com vários debates sobre causas índígenas.. Tinha gente de todo o mundo!! Experiência realmente fantástica. A grandiosidade do evento tornou um pouco mais difícil assistir tudo o que estava acontecendo. Em meio a protestos, debates sobre variados temas, diversas comunidades índígenas, ficava difícil ajustar sua programação com a do evento. 

Pelo o que vi, a Cúpula dos Povos foi a forma da sociedade civil se organizar e se mostrar contraria ao Fórum Oficial Rio+20. Muitas foram as críticas à economia verde, à falta de investimentos a Cúpula dos Povos em comparação com outros locais (como o Humanidades 2012), o Diálogo Sustentável, à Presidenta Dilma Roussef que não se apresentou no evento, entre outros. Enfim, a crítica foi forte e inúmeras manifestações foram e serão feitas neste local, como a Manifestação Marcha a Ré, organizado pelo Comitê Brasil em defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável, que reuniu cerca de 3 mil pessoas se manifestando contra o retrocesso nas leis ambientais e as alterações no Código Florestal. Muitos dos cartazes apelaram com indagações do tipo: "Dilma, com que cara você chega?"

É isso, #Ojogonaoacabou !!!

Bom, este é o resumo do meu relato. A Rio+20 ainda está acontecendo. As negociações estão acontecendo no Riocentro até sexta-feira. Hoje, a presidenta Dilma Rousseff foi eleita por consenso na manhã desta quarta-feira (20) presidente da Conferência da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, durante a primeira plenária do segmento de alto nível da cúpula. O documento oficial da Rio+20 foi aprovado ontem com 49 páginas. Entretanto, as ONGs  reagiram imediatamente com duras críticas ao documento aprovado. "A Rio+20 se transformou em um fracasso épico. A conferência falhou em termos de igualdade, de ecologia e de economia", afirmou Daniel Mittler, diretor de Políticas Públicas do Greenpeace. Para o WWF, o documento está "longe de ser satisfatório de qualquer ponto de vista", enquanto a Oxfam fez um alerta sobre a pobreza extrema. "Esta cúpula poderia ter terminado antes de começar. Os líderes mundiais que chegam nesta noite devem começar de novo. Quase 1 bilhão de pessoas que passam fome merecem algo melhor".

É.. tem muita discussão por aí..

Aguardem mais relatos...

Até breve!

por Thami Izumi da Cruz

Conferência: onde ela acontece

Nessa sexta-feira, terá início a Cúpula dos Povos e para que você possa se localizar faremos uma breve descrição dos locais onde ocorrerão os eventos paralelos e a Conferência das Nações Unidas.

RiocentroO Riocentro será, durante a Rio+20, perímetro das Nações Unidas. No local, serão realizadas sessões plenárias e negociações oficiais da Conferência. Ademais, lá serão realizados os "Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável", série de debates em que a sociedade civil discutirá temas prioritários da agenda internacional para o desenvolvimento sustentável. Haverá ainda espaços para eventos paralelos da sociedade civil durante o período de negociações oficiais. O acesso ao local depende de credenciamento junto à ONU, responsável pela coordenação dos eventos oficiais da Conferência.Avenida Salvador Allende, 6555. Barra da Tijuca.
Parque dos AtletasEssa grande área livre em frente ao Riocentro será dedicada a exposições governamentais e intergovernamentais. No local, serão montados pavilhões e exposições de países estrangeiros, de organizações internacionais e do Governo brasileiro, representado em suas diferentes instâncias (municipal, estadual e federal) e Poderes (Lesgislativo, Executivo e Judiciário). Destaca-se o Pavilhão Brasil, em que serão apresentados programas e projetos do Executivo Federal para a promoção do desenvolvimento sustentável. O Parque dos Atletas será ainda um espaço debate, com a realização de seminários, palestras e mesas-redondas. Empresas parceiras também se farão presentes com demonstrações de inovação e gestão no campo sustentabilidade.Avenida Salvador Allende, s/n. Barra da Tijuca.
Arena da BarraA estrutura multifuncional da Arena da Barra será o grande espaço de concentração da sociedade civil nas proximidades do Riocentro. Suas salas, auditórios e ginásio abrigarão palestras, seminários e outras atividades da sociedade civil, bem como servirão de centro de retransmissão dos eventos Riocentro e demais locais da Conferência.Avenida Embaixador Abelardo Bueno, 3401. Barra da Tijuca. 

Parque do Flamengo
Local histórico por ter abrigaod eventos da socieada civil na Rio-92, o Parque do Flamengo será novamente utilizado para a realização da Cúpula dos Povos. A organização do evento está sob a responsabilidade do Comitê Facilitador da Sociedade Civil para a Rio+20.
Museu de Arte Moderna (MAM)Durante a Conferência, as galerias do Museu abrigarão exposições temáticas de renomados artistas brasileiros e mostra da campanha "O Futuro que Queremos". A cinemateca receberá palestras e seminários organizados pela sociedade civil e mostra de filmes na temática do desenvolvimento sustentável. O Museu receberá ainda a Arena Socioambiental, série de eventos coordenados pelo Mnistério do Desenvolvimento Social.
Arena do MAMEssa casa de espetáculos receberá durante a Rio+20 concertos e outros eventos culturais patrociandos pelos parceiros do evento, além de servir de área para debates da sociedade civil organizados no âmbito da Cúpula dos Povos.Avenida Infante Dom Henrique, 85. Parque do Flamengo.
Pier MauáLocalizado em área central e de fácil acesso, o Píer Mauá será destinado a apresentações sobre inovação, tecnologias sustentáveis e programas de sustentabilidade. Serão apresentados e divulgados projetos do Governo Federal, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da sociedade civil na seguinte disposição:
Armazém 1: Sociedade Civil; Armazém 2: Ministério da Saúde, do Desenvolvimento Agrário, das Comunicações e da Integração Nacional; Armazém 3: Finep; Armazém 4: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.Avenida Rodriguez Alves, 10. Praça Mauá.
Galpão da CidadaniaLocalizado nas proximidades do Píer Maúa, o Centro Cultural de Ação da Cidadania receberá um série de eventos culturais organizados pelo Ministério da Cultura. Serão organizados sminários, apresentações musicais, exposições, oficinas, mostras de audiovisual e de gastronomia com enfoque na sustentabilidade, entre outros encontros nas mais diversas áreas culturais. A Cultura Rio+20 é uma espaço para a reflexão e debate sobre a importância da cultura como eixo estratégico do desenvolvimento sustentável.

Encontro Cúpula dos Povos

Estaremos no Rio de Janeiro entre os dias 14 e 18 de junho divididos em 3 grupos principais para cobrirmos o máximo possível de eventos paralelos.

No sábado a noite já temos encontro marcado com os alunos de Engenharia Ambiental da USP. Que tal nos encontrarmos lá também? Isso permitirá que troquemos informações sobre o que acontece no país em relação as temáticas discutidas e viabilizará contatos a todos

Vestiremos camisetas com o logo 'UFABC+20' para sermos identificados.

Aguardamos vocês lá.