segunda-feira, 25 de junho de 2012

Capitalismo Verde





Um dos principais temas que foi abordado na conferencia da Rio+20 era sobre a economia verde. Este termo, faz com que muitas pessoas tenham a imagem errada do que seria esta economia. Para quem não conhece, é normal achar que se refere à produção de meios de consumo sem que haja poluição ou algum prejuízo ao meio ambiente. Porém, na forma como é proposta pela ONU “[a economia verde] é fundamentalmente baseada na financeirização e na mercantilização dos bens comuns”, afirmou Larissa Packer, assessora jurídica da Terra de Direitos, durante a mesa “Diálogo sobre Economia Verde” na Cúpula dos Povos, quando representou as organizações reunidas na Carta de Belém.Ou seja, a economia verde discutida na Rio+20 tem como objetivo inserir o meio ambiente como uma mercadoria negociável, adaptando no sistema capitalista. A principal discussão na conferencia seria como transformar bens da natureza, como a água, a biodiversidade e os oceanos, em bens de mercado, quando eles deveriam ser considerados bens comuns, e não com a possibilidade de ser privatizados. 

 O meio ambiente já está tão impregnado no capitalismo que, atualmente, existe uma bolsa de valores no Rio de Janeiro, chamada Bolsa Verde do Rio de Janeiro (http://www.bvrio.org/site/), em que se é possível negociar Ativos Ambientais. No site, é possível encontrar mercado de carbono, florestal, logística reversa e efluentes. Ou seja, a empresa ou indivíduo que tivesse crédito em algum desses ativos poderia vender, por meio de títulos, para outros que por legislação, obrigatoriamente, deveriam ter.Uma discussão proveniente deste ato é que a economia verde estaria indiretamente interligada a economia marrom pois, por exemplo, ao desmatar parte da floresta legal que o proprietário rural deveria manter de sua propriedade, faz com que ocorra a valorização do titulo financeiro sobre uma floresta legal intacta, na bolsa verde. Além disso, há quem diga que com mercantilização desse credito, quem tem o maior poder econômico seria o mais beneficiado pois, poderia continuar poluindo com a justificativa de ter comprado créditos.

Para maior conhecimento desde assunto assista o vídeo de Larissa Packer, assessora jurídica da Terra de Direitos.






por Caroline Furlan

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