Nos dias 16 e 17 de agosto de 2012, foi realizado em São Paulo o “IPCC SREX Regional Outreach Meeting”, em São Paulo, que teve como tema o gerenciamento dos impactos dos eventos climáticos extremos. Alguns integrantes do grupo de extensão UFABC+20 participaram do evento e aqui registram seus comentários, por reconhecerem a importância do evento, e o significado para o nosso projeto de extensão.
O programa, especificado abaixo, abrangia palestras e debates:
Período da manhã do dia 16 de agosto:
Apresentação Geral do Relatório e Seus Capítulos:
Vicente Barros- CIMA - Centro de Investigación del Mar y la Atmósfera / UBA - Universidad de Buenos Aires – Argentina
Sebastián Vicuña- UC - Pontificia Universidad Católica de Chile - Chile
José Marengo- Comitê Organizador IPCC SREX Regional Outreach Meeting 2012/CCST - Centro de Ciência do Sistema Terrestre / INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Brasil
Carlos A. Nobre- SEPED -Secretaria Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento / MCTI - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – Brasil
Úrsula Oswald Spring- UNAM - Universidad Nacional Autónoma de México – México
Mario Nuñez- CIMA - Centro de Investigación del Mar y la Atmósfera) / UBA -Universidad de Buenos Aires – Argentina
Período da tarde do dia 16 de agosto:
Fórum sobre Políticas e Práticas
Moderador e comentador: Freddy Picado - CATHALAC – Panamá
Carlos F de Angelis - CEMADEN, Brasil
Ana Deysi Lopez-MARN, El Salvador
Alberto Maturana - Universidad de Chile, Chile
Ricardo Peñaherrera - Municipio de Quito, Ecuador
Pablo Pastor - CEPREDENAC, Guatemala
Felipe Yupa - La Positva Seguros, Peru
Jose A.Aravéquia - CPTEC, Brasil
Melva Gonzalez - CENEPRED, Peru
Olga Penalba - Universidad de Buenos Aires, Argentina
Carlos Rittl - WWF, Brasil
Tópicos abrangidos no fórum:
• Apresentação das principais iniciativas científicas
• Apresentação de iniciativas governamentais de relevância
• Apresentação de iniciativas privadas de relevância
• Apresentação sobre o marco político regional
• Apresentação sobre os principais programas de ONGs
SREX Conversa Direta:
Moderador e comentador: Ana Lucia Azevedo - O Globo – Brasil
Incluiu a equipe de autores do IPCC SREX, pesquisadores sobre extremos climáticos, profissionais atuantes experientes na área, gestores e líderes de instituições de prevenção a desastres e defesa civil dos governos federais e estaduais da região.
Carlos Nobre - SEPED MCTI, Brasil
Vicente Barros - CIMA/Universidad de Buenos Aires-IPCC, Argentina
Virgina Fernandez - Presidencia da la República, Uruguay
André Có Silva - Ministério da Intergração, Brasil
Luci Hidalgo Nunes - UNICAMP, Brasil
Steven Price - CKDN, Colombia
Carlos Klink - Ministério do Meio Ambiente, Brazil
Eric Alfaro - Universidad de Costa Rica, Costa Rica
Fabio Feldman - FPMC, Brasil
Tópicos discutidos:
Tópico 1: Características dos impactos dos desastres em países em desenvolvimento e desafios
Tópico 2: Redução do risco de desastres devem ser a pedra angular da economia nacional e da política social
Tópico 3: Qual o seu significado para a América do Sul e Central? Existe uma marca humana em alguns dos desastres?
|
As palestras do primeiro dia trataram, portanto, dos principais pontos do Relatório Especial sobre Gerenciamento de Riscos de Eventos Extremos e Desastres para Promover Adaptação à Mudança do Clima (SREX), elaborado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC). Durante as palestras e debates que as seguiram, foi enfatizado o que é necessário para que ocorra um desastre natural: junção de eventos climáticos, vulnerabilidade e exposição.
A vulnerabilidade é determinante para diferenciar a gravidade de eventos e também explica o fato de um evento climático ocasionar um desastre em um local e em outro não. Desenvolver políticas que diminuam a vulnerabilidade em certas regiões é, portanto, essencial. Além disso, a exposição de grupos humanos à regiões propensas a desastres deve ser controlada. Como por exemplo, o fato de que se pode morar em um local sujeito a enchentes, mas que disponha de infraestrutura adequada a essas ocorrências (exemplo dado por Sebatian Vacuña).
Assim, vulnerabilidade e exposição dependem de eventos climáticos. No entanto, os eventos climáticos são forças da natureza, que não podem ser totalmente controlados.
Foi também enfatizado que desastres podem ocorrer sem eventos climáticos extremos, devido a fatores socioeconômicos, que influenciam fortemente na vulnerabilidade e exposição de um determinado grupo de pessoas. Desse modo, pode-se dizer que o risco de desastres está ligado ao nível de desenvolvimento de um local.
Outro aspecto levantado no decorrer das palestras foi o fato do número de desastres ter aumentado muito nos últimos anos e das perdas econômicas relacionadas a eles terem aumentado mais ainda.
O debate no fim do dia do primeiro dia do “IPCC SREX Regional Outreach Meeting”, foi centrada no ceticismo em relação ao aquecimento global. Foi feito um alerta quanto à maneira com que a mídia trata a questão, passando informações que podem levar a equívocos, causados seja por falta de conhecimento, seja por vezes por sensacionalismo. O debatedores concluíram que para contornar esse problema e obter o apoio do público leigo, é preciso incluí-los na discussão, que deve ser mais ampliada, ainda mais nesse momento, em que céticos ganham força.
Já no segundo dia do evento (17 de agosto), foram formados grupos de trabalhos para discutir quais propostas são eficazes e como podem ser construídas para auxiliar na gestão dos Riscos Extremos Climáticos e Desastres na América Central e do Sul. O consenso geral a que se chegou foi que precisamos de mais ações educacionais, para diminuir as ações reativas e aumentar as escalas de ações preventivas. Outro ponto bastante discutido foi a questão do planejamento territorial (plano diretor, zoneamento, entre outros), os quais também devem ser instrumentos para a auxiliar na gestão dos riscos extremos e desastres climáticos.
Houve também o consenso nos grupos de trabalho de que é necessário formar mais profissionais nesta área, pois existe um grande déficit de mão de obra qualificada tanto no âmbito nacional como internacional (no caso América Latina e do Sul).
por Marina Lopes, Patricia Caetano, Tatiana Gonçalves
Nenhum comentário:
Postar um comentário