terça-feira, 29 de maio de 2012

O preço da vida

por Juliane Galindo

Devo começar pedindo desculpas, pois o blog é atualizado coletivamente e irei expôr a minha opinião/observação decorrente de uma discussão na plataforma Diálogos Rio+20. Portanto, segue texto em primeira pessoa.

Sempre fui a favor de estabelecer um valor aos recursos naturais (RN). Por exemplo, achava bastante coerente cobrar pela água que chega as casas (uma quantia além dessa que cobram pelo tratamento). No entanto, me deparei com uma questão muito mais complexa: cerca de 1 a cada 7 pessoas passa fome, vive em situação de pobreza extrema, como poderíamos adequar a cobrança a essa realidade? Pessoas que já não podem comprar mantimentos ainda teriam que comprar água?

A água é um bem de uso comum e que, acima de tudo, deve ser usada para consumo humano. Mais que isso, é uma substância fundamental para manutenção da vida - cerca de 70% do nosso corpo é água.

Fonte: Marcia Kreith, Water Inputs in California Food Production, Water Education Foundation, setembro de 1991 (gráfico E3 página 28)

A mercantilização desse bem não seria mais uma estratégia capitalista absurda que resultaria na morte de milhares de pessoas?

Ao me ver frente a esses questionamentos vejo que é necessário uma manobra muito mais eficiente e humanitária para solucionarmos o problema da escassez de tal RN. Deve-se, sim, combater o uso descontrolado afim de evitar a falta, mas com políticas de conscientização e restrições que gerem economia.


É absurdo serem gastos mais de 4 mil litros de água para produção de um bife.. Não seria mais coerente desenvolvermos tecnologias que reduzissem o consumo excessivo em casos como esse?

Numa época onde se discute sustentabilidade não podemos permitir atrocidades como essas - enriquecimento as custas de bens de uso comum e fundamentais para sobrevivermos. Afinal, qual é o preço da vida?

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